Philippe De Goyri - INTERVIEW - 2014
Como e quando conheceste o fingerboard?
O
Fingerboard para mim apareceu de uma forma natural como consequĂȘncia de ser
skater, quando os primeiros porta-chaves apareceram foi quando fiz a minha
primeira deck de madeira esculpida, ainda fizemos um halfpipe na altura que
tenho aqui na loja, mas depois dessa fase sĂł passados muitos anos voltei a
pegar num Fingerboard.
O que tens a dizer sobre a nossa
comunidade?
Na
minha opiniĂŁo temos dois tipos de comunidades a real e a virtual, sendo que na
primeira o convĂvio entre as pessoas nĂŁo deixa mal entendidos nem assuntos por
resolver e por isso Ă© muito mais
saudåvel . A comunidade virtual gosta de mexericos, de confusÔes e por
isso para mim Ă© a revista “cor de rosa” do Fingerboard. Aqui na Ystore Ă©
incrĂvel a quantidade de gente que aparece a andar bem e completamente
desligados da cena virtual. A cena real Ă© a dos eventos ai sim Ă© onde o
Fingerboard ganha força e as coisas acontecem. Quem nunca foi a um evento faça
um esforço para ir para entenderem a diferença. As marcas que não fazem eventos
e nĂŁo investem na scene nĂŁo fazem falta, sĂł estĂŁo pelo dinheiro e pelo
oportunismo.
O que te levou a criar a marca Yellowood?
Na
altura em 2007 o que me fez criar a marca foi o facto de nĂŁo haver nenhuma
marca Portuguesa de Fingerboard. O nome apareceu devido a minha primeira
skatetrip a em 1994 quando na viagem de regresso pintei numa blank
skate deck o sĂmbolo das paginas amarelas com os dedos. Sempre gostei dessa
deck e quando fiz a primeira deck de fingerboard fiz com o mesmo grĂĄfico e foi
ai que ao pintar a deck de amarelo que apareceu o yellowood. Depois foi
juntar as palavras para ter uma boa marca, registar, constituir empresa e
partir para o desconhecido.
Como tem sido ao longo destes anos o
trabalho feito na Yellowood?
Começamos
aos poucos mas com passos sĂłlidos e inovadores, hoje em dia esta tudo
explicado, mas na altura tivemos de desenvolver soluçÔes criativas para fazer
as decks. Muita tentativa e erro ate conseguir evoluir, testar moldes,
técnicas, desenvolver ferramentas, no fundo tivemos de fazer uma linha de
produção de decks que foi evoluindo ao longo dos anos e continua. Neste momento
temos uma qualidade de produção muito elevada de reconhecimento global. Fazer
decks é uma arte e quanto mais pråtica mais refinada fica a técnica.
Como tem corrido o GOS Weekend?
Pretentendes continuar?
O
GOS tem corrido bem Ă© uma maneira de ter a malta sempre motivada, aqui na loja
as batalhas sĂŁo a doer e a malta nova estĂĄ a andar muito, vamos ter de certeza
muitos nomes novos a fazer estragos. Agora passamos a ter duas categorias PRO e
AM, tem funcionado bem para não serem sempre os mesmos a levar prémios e a
malta mais nova ter uma competição mais justa.
Que diferença hå no fingerboard de hoje em
dia em relação aos tempos antigos? Que diferenças notas?
Bem
hoje em dia andamos todos de Bentleys e na altura andĂĄvamos de Fiat, evoluiu
muito mesmo nĂŁo sĂł a deck como o setup completo, antigamente tĂnhamos muitos
problemas de manutenção do Fingerboard haviam sempre stresses com o material,
hoje em dia isso jå não acontece muito graças ao trabalho da Ytrucks. A malta
agora sĂł se preocupa em dar manobras.
Quais são os teus riders de eleição?
PortuguĂȘs
Ă© o Filipe David para mim Ă© o melhor rider tuga. Internacional gosto do Alex Christ e
do resto da team da Yellowood porque conheço pessoalmente muitos deles e acima
de tudo somos amigos. Fora da team gosto do Nico Frank.
Quais os teus planos para 2014 com a
Yellowood?
O
principal Ă© manter a Yellowood, a Ytrucks e a Ystore a funcionar, nĂŁo vai ser
um ano fĂĄcil, temos de reduzir os custos ao limite e esperar que a crise passe,
a nĂvel local na loja as coisas aos poucos vĂŁo mexendo, fazemos vĂĄrias demos em
escolas para promover a modalidade e isso ajuda. Para além das decks vamos
apostar mais no conceito Yellowlife de apparel porque reflecte bem o nosso
estilo de vida, vamos lançar a colecção da primavera/verão em breve.
Quanto tempo demorou a fazer-se a street
plaza?
A
streetplaza desde a ideia inicial atĂ© ao projecto concluĂdo demorou 1 ano, foi
muito demorado com o concurso da Tenco, depois reuniÔes na cùmara, projecto e
construção.
Foi
muito complicada toda a logĂstica de construção mas conseguimos desenvolver na
minha opiniĂŁo e na de muitos o melhor e maior Fingerboard park outdoor do
mundo.
Demorou
a fazer mais temos park para vårias geraçÔes.
O que achas do
fingerboard internacionalmente?
Acho que cresceu muito em termos de praticantes e de
marcas, hoje em dia quem anda de Fingerboard, anda porque gosta e nĂŁo porque Ă©
moda como foi a uns anos, mas mesmo assim hå sempre gente a começar e a
desistir, faz parte do ciclo. Em relação as marcas hå muita coisa no mercado a
maioria ilegal e de fraca qualidade.
Conta-nos um
bocado sobre o Fingaspot. NĂŁo era bom fazer-se outro evento parecido?
O Fingaspot foi um evento que ficou para a historia, hoje em dia nĂŁo faz
sentido realizar um evento longe da Ystore, tive de levar toda a logistica para
os 2 eventos Fingaspot o que Ă© complicado e caro. Hoje com a loja temos
condiçÔes para a pråtica que antes não tinhamos e por isso é melhor fazermos os
eventos aqui.
Como foi ir ao
FastFingers representar Portugal?
O que achas da
FBMAG? Que dicas aconselhas para este projeto melhorar?
Acho que é bom que tenhas iniciativa, um pouco mais de organização e planeamento melhoravam o teu trabalho mas estas no bom caminho.
Last words... and
done!
Quero agradecer a minha famĂlia e em especial ao meu Bro
sem ele nada disto era possĂvel e o Fingerboard a nĂvel mundial nĂŁo seria o
mesmo. Quero deixar um agradecimento a toda a malta que apoia a Yellowood e em
especial a malta que frequenta a Ystore, temos no momento 58 sĂłcios e Ă© para
eles que trabalhamos e mantemos a loja aberta.
Haters gonna hate and we are gonna skate!!!
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