Uma opinião sobre a scene atual (Gil Dias) PT
Onde estão os meus amigos? Remotas memórias dum tempo em que se faziam centenas de quilómetros, de parques e rampas às costas, para juntar uns quantos gatos pingados a fazer fingerboard umas horas… Lembro-me de encher o carro da minha mãe de rampas e parques e de irmos até Coimbra, a casa do Loz, só para fazer fb umas horas… Acho que foi o “Bom Velho” (evento privado de fingerboard) com mais rampas de sempre! Ironicamente, o primeiro!...
Nos inícios do fórum, 2007 e 2008, era prato do dia a malta criar, partilhar, encontrar-se. Sem prémios. Sem nada a ganhar. Just for fun. Só porque sim!... Nem havia quase rodas com rolamentos, nem trucks especiais… era só tábuas de madeira de 27 ou 28mm (“txiii 28mm granda banheira”)!... Havia uma energia especial e criavam-se tábuas, gráficos e obstáculos inovadores – tudo anos-luz avançado em relação à mestria da nave-mãe Blackriver, naquela altura! Sim, numa época em que a casa-mãe só tinha obstáculos de madeira, a malta cá já fazia obstáculos de pedra, cimento e decks com gráficos quando só havia ainda Berlinwoods de madeira. Lembro-me de irmos a um evento na Lourinhã com mais vento do que sei lá o quê! E éramos poucos, e estranhamente arranjávamos sempre tempo para lá estarmos todos. Não havia muitas desculpas – eventos eram coisa rara e como tal preciosa – não se desperdiçavam oportunidades!
Não se questionava verdadeiramente a razão para fazer tudo isso… De certo modo ocorria tudo duma maneira natural. Havia um prazer genuíno em estarmos juntos em eventos. Só porque sim!... Saudades desses tempos… Não que a cena hoje em dia seja terrível – muito pelo contrário! A nível de oferta de material nunca estivemos tão bem: já estamos fartos de saber que temos skates em miniatura fabulosos hoje em dia! Várias marcas, várias qualidades e vários preços! Só não tem um quem não está para isso. O mais dramático da cena de hoje em dia é que quem pratica fingerboard, talvez por não existir uma scene virtual como na era do FBPT (fórum virtual de fingerboard tuga) as centenas de praticantes não estejam para se chatear e ser proactivos para criar meetings, eventos. Ou talvez o standard tenha aumentado e haja receio de não estar à altura e conseguir criar um evento?... Não sei, sinceramente…
Em Lisboa, pouco ou nada de carácter “aberto” do género “venha quem vier e quiser”. No Porto, a Oak vai tendo o “Ring the Bell” e a Ystore os “GOS weekends”. Tenho muita pena disso. O fingerboard lisboeta morreu (quase), pelo menos para já. Não existe um spot onde se vá. Não nos encontramos em eventos abertos. Há grupetas, fechadas, e não se partilha o que lá acontece. Por isso, não querendo soar nostálgico, lamento a total ausência de eventos – sejam organizados por uma marca, seja por malta que crie um flyer e diga “dia tal sítio tal horas tais”! Não se vê. Pessoal… tomem iniciativa se quiserem inverter esta situação. Acredito que poderão vir dias melhores, mas sem eventos não há scene e sem scene não haverá nem vendas nem inovação e a energia dissipa-se.
Despeço-me com uma citação, do último evento lowpro na expo, em 2010 (!): “Fingerboard sucks dudes” – Miguel Tavares
Escrito por Gil Dias, Obrigado por estas palavras! ;)
Nos inícios do fórum, 2007 e 2008, era prato do dia a malta criar, partilhar, encontrar-se. Sem prémios. Sem nada a ganhar. Just for fun. Só porque sim!... Nem havia quase rodas com rolamentos, nem trucks especiais… era só tábuas de madeira de 27 ou 28mm (“txiii 28mm granda banheira”)!... Havia uma energia especial e criavam-se tábuas, gráficos e obstáculos inovadores – tudo anos-luz avançado em relação à mestria da nave-mãe Blackriver, naquela altura! Sim, numa época em que a casa-mãe só tinha obstáculos de madeira, a malta cá já fazia obstáculos de pedra, cimento e decks com gráficos quando só havia ainda Berlinwoods de madeira. Lembro-me de irmos a um evento na Lourinhã com mais vento do que sei lá o quê! E éramos poucos, e estranhamente arranjávamos sempre tempo para lá estarmos todos. Não havia muitas desculpas – eventos eram coisa rara e como tal preciosa – não se desperdiçavam oportunidades!
Não se questionava verdadeiramente a razão para fazer tudo isso… De certo modo ocorria tudo duma maneira natural. Havia um prazer genuíno em estarmos juntos em eventos. Só porque sim!... Saudades desses tempos… Não que a cena hoje em dia seja terrível – muito pelo contrário! A nível de oferta de material nunca estivemos tão bem: já estamos fartos de saber que temos skates em miniatura fabulosos hoje em dia! Várias marcas, várias qualidades e vários preços! Só não tem um quem não está para isso. O mais dramático da cena de hoje em dia é que quem pratica fingerboard, talvez por não existir uma scene virtual como na era do FBPT (fórum virtual de fingerboard tuga) as centenas de praticantes não estejam para se chatear e ser proactivos para criar meetings, eventos. Ou talvez o standard tenha aumentado e haja receio de não estar à altura e conseguir criar um evento?... Não sei, sinceramente…
Em Lisboa, pouco ou nada de carácter “aberto” do género “venha quem vier e quiser”. No Porto, a Oak vai tendo o “Ring the Bell” e a Ystore os “GOS weekends”. Tenho muita pena disso. O fingerboard lisboeta morreu (quase), pelo menos para já. Não existe um spot onde se vá. Não nos encontramos em eventos abertos. Há grupetas, fechadas, e não se partilha o que lá acontece. Por isso, não querendo soar nostálgico, lamento a total ausência de eventos – sejam organizados por uma marca, seja por malta que crie um flyer e diga “dia tal sítio tal horas tais”! Não se vê. Pessoal… tomem iniciativa se quiserem inverter esta situação. Acredito que poderão vir dias melhores, mas sem eventos não há scene e sem scene não haverá nem vendas nem inovação e a energia dissipa-se.
Despeço-me com uma citação, do último evento lowpro na expo, em 2010 (!): “Fingerboard sucks dudes” – Miguel Tavares
Escrito por Gil Dias, Obrigado por estas palavras! ;)
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